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História da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre

No segundo semestre de 1989, um grupo de psicanalistas que haviam realizado sua Formação Psicanalítica na APA (Associação Psicanalítica Argentina), na APdeBA (Associação Psicanalítica de Buenos Aires), na SPPA (Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre), na SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo) e na SBPRJ (Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro), começou a debater a criação de uma nova Sociedade Psicanalítica em Porto Alegre.

Os psicanalistas oriundos das duas entidades argentinas já haviam fundado, em 1984, o Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre (CEPdePA), e os psicanalistas oriundos da SPPA, dois anos após, a Fundação Universitária Mário Martins (FUMM), com cursos e residência médica em psiquiatria e psicoterapia de orientação analítica para médicos e psicólogos.

No dia 10 de janeiro de 1990, foi fundado o “Movimento para uma nova Sociedade Psicanalítica em Porto Alegre”, com reuniões científicas e administrativas regulares, realizadas nas sedes do CEPdePA e da FUMM e, eventualmente, na residência dos integrantes do “Movimento”.

Passados alguns meses, foi alugada a primeira sede da futura SBPdePA, na rua Florêncio Ygartua, e criado, em 28 de junho de 1990, o Grupo de Estudos Psicanalíticos (GEP), dirigido por um comitê provisório formado por Alberto Abuchaim, Gley Silva de Pacheco Costa, Izolina Fanzeres, José Luiz Freda Petrucci, Leonardo Adalberto Francischelli e Newton Maltchik Aronis.

A primeira reunião científica do GEP, realizada em 2 de agosto de 1990, teve como tema para discussão o trabalho de Freud “Sobre a transitoriedade”. Em agosto de 1991, o GEP realizou sua primeira atividade científica aberta. Foi uma mesa redonda intitulada “A repressão”, com a participação de mais de 250 profissionais e estudantes.

Em novembro de 1991, o “Movimento” recebeu o apoio da Assembleia de Delegados da Associação Brasileira de Psicanálise (ABP) e, em janeiro de 1992, foi eleito o comitê diretivo permanente do GEP - constituído por Alberto Abuchaim, Gley Silva de Pacheco Costa, Leonardo Adalberto Francischelli e Newton Maltick Aronis - o qual deu início aos contatos para o reconhecimento do GEP pela IPA, contando então com dezessete membros, posteriormente considerados Membros Fundadores da SBPdePA. São eles: Alberto Abuchaim (in memorian), Ana Rosa Chait Trachtenberg, Antônio Bento Mostardeiro (in memorian), David Zimmermann (in memorian), Gildo Katz, Gley Silva de Pacheco Costa, Izolina Fanzeres, José Facundo Passos de Oliveira, José Luiz Freda Petrucci (in memorian), Júlio Campos (in memorian), Leonardo Adalberto Francischelli, Lores Pedro Meller, Luiz Gonzaga Brancher, Marco Aurélio Rosa, Newton Aronis, Renato Trachtenberg e Sérgio Messias (in memorian).


 

Em agosto de 1992, após o envio dos documentos solicitados, o GEP recebeu a notícia da vinda, em novembro do mesmo ano, do Site Visit Committee, da IPA, que concordaria com a viabilidade do Movimento e recomendaria como Grupo de Estudos. Em 17 de dezembro de 1992, na reunião do Council da IPA, em Nova York, o GEP foi aceito como Grupo de Estudos, condição referendada pelo Business Metting do IPAC de 1993, em Amsterdã. Em abril de 1993, foi eleita a primeira diretoria do GEPdePA,  assim constituída: Lores Pedro Meller (presidente); José Luiz Freda  Petrucci (secretário); Izolina Fanzeres (tesoureira); Ana Rosa Chait Trachtenberg (secretária científica) e Gley Silva de Pacheco Costa (Liaison).

Em 21 de julho de 1994 foi eleita a primeira direção do Instituto, formada pelos seguintes membros: Marco Aurélio Rosa (secretário), José Luiz Freda Petrucci (coordenador da comissão de formação / in memorian) e Gildo Katz (coordenador da comissão de seminários). Em 1995, iniciou os seminários teóricos da primeira turma de candidatos do Instituto de Psicanálise do GEPdePOA, constituída por Ana Júlia Vargas Menucci, Ceres Simon, Fátima Maria Tonolli Fedrizzi, Heloísa Helena Poester Fetter, Jacques Zimmermann, Marco Aurélio Albuquerque, Rovena Gazola Tavares e Sílvia Katz.
 

No IPAC de Barcelona, em 1997, fomos reconhecidos como Sociedade Provisória e, no IPAC de Nice, em 5 de julho de 2001, tornamo-nos mais uma Sociedade Componente da IPA.
 

Em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao desenvolvimento da psicanálise brasileira, em 7 de dezembro de 1998, foi concedido ao Prof. David Zimmermann o título de Membro Honorário e, em agosto de 2002, uma homenagem de gratidão foi prestada aos integrantes do Visit Committee e do Sponsoring Committee que acompanharam com muita dedicação a nossa trajetória. São eles: Elfriede Susana Lustig de Ferrer, Leonardo Wender, Miguel Angel Rubin Stein, Samuel Zysman e Sara Zac de Filc. Ainda em agosto do mesmo ano, criamos o Núcleo de Infância e Adolescência (NIA), que em maio de 2004 teve o seu “Spread of Childhood and Teenage Psychoanalysis” aprovado e auspiciado pelo Developing Psychoanalytic Practice and Training Programme (DPPT), da IPA, sendo a primeira sociedade da América Latina a receber essa qualificação.

O Centro de Atendimento Psicanalítico da SBPdePA (CAP) foi criado em 1997. Além de oferecer tratamento psicanalítico a pacientes que não têm condições financeiras para a clínica particular, o CAP realiza estudos e discussões de casos clínicos.            

Em 2009, a SBPdePA iniciou a formação de psicanalistas de crianças e adolescentes, sendo que em 2016 passou a adotar o modelo de Formação Integrada em Psicanálise da Infância e Adolescência, que possibilita fazer a Formação na área de infância e adolescência, integrada à Formação Geral, desde o ingresso no Instituto.

Caracterizada pelo grande número de atividades que realiza, a SBPdePA, promove bianualmente a Jornada Científica e  a Jornada de Vínculos. Anualmente, temos o Dia do NIA na Brasileira e/ou a Jornada do NIA, que também promove um Seminário Aberto para os interessados nas questões referentes à criança e o adolescente e suas famílias.

A Revista Psicanálise tem duas edições anuais desde 1999 e o Jornal da Brasileira é publicado semestralmente.

Em 2019, o trabalho “Liberdade e Singularidade na transmissão – interminável desafio”, da autoria de Ane Marlise Port Rodrigues, que descreve a Formação Psicanalítica da SBPdePA, recebeu o prêmio “Psychoanalytic Training Today Award IPA Congress 2019”, conferido pelo Comitê de Educação da IPA.

Na Formação Psicanalítica oferecida na SBPdePA honramos os ensinamentos de Freud, acrescidos dos desenvolvimentos a partir dos autores pós-freudianos.

A inserção social da Psicanálise é uma das responsabilidades da SBPdePA junto à comunidade. Além do Centro de Atendimento Psicanalítico (CAP), desenvolvemos grupos de estudos e projetos sociais. Temos um núcleo para estudantes e fazemos intercâmbios científicos com cidades do interior do RS e de Santa Catarina, ou sob demanda.
 
Consideramos que a vida institucional deve primar pela democracia interna, com espaço para representação de sua diversidade e para a multiplicidade de referenciais teórico-clínicos e áreas de interesse de seus membros. O trabalho intrainstitucional permite que, além do clássico tripé da Formação Psicanalítica (análise pessoal, supervisões, seminários), opere um quarto eixo para o desenvolvimento da identidade do analista. Esse quarto eixo diz respeito às vivências do membro dentro da Instituição, geradas pelo grupo institucional.
 
A criação da planilha semestral de seminários é um belo exemplo de trabalho conjunto que envolve o Instituto, os coordenadores de seminários e os Membros do Instituto. Temos uma Formação que é pautada pela semestralidade, pela liberdade curricular e pela liberdade de cátedra. Outra característica de nosso grupo institucional é dar voz aos Membros do Instituto que têm uma participação ativa na SBPdePA, seja individualmente, seja através da Associação dos Membros do Instituto (AMI).

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