Estou inclinado, portanto, a aderir ao ponto de vista de que o medo da morte deve ser análogo ao medo da castração (Freud, 1926).

Em Viena, julho de 1925, o livro da Angústia está concluído e em fevereiro de 1926 é publicado. Com essa publicação Freud realiza mais um dos seus trabalhos metapsicológicos, que havia se comprometido em 1915.

Este livro nasce como um dos desdobramentos da virada de vinte - tempo de instauração da segunda teoria pulsional, morte versus vida - e que tem como um dos seus interlocutores as concepções teóricas e clínicas complexas no "Eu e o Isso" (1923). A problemática da angústia e sua relação com as defesas são ressignificadas nos convocando a lançar um olhar e uma escuta mais sensível para as implicações da angústia automática e da angústia sinal no acontecer e no desenrolar da constituição psíquica. O traumático, o desamparo, a dor e o luto são indicadores precisos e, ao mesmo tempo enigmáticos, para o equacionar os caminhos pelos quais o sujeito organiza a vida psíquica, do estrutural ao psicopatológico. Nesse sentido, nossos seminários visam estabelecer um diálogo interrogativo com pensar freudiano e suas ressonâncias em nosso tempo - as múltiplas faces da angústia, com suas peculiares formas de desenhar e redesenhar as inibições e os sintomas da vida cotidiana.